Natal foi construída sobre a margem direita do Rio Potengi, próximo à foz, no Oceano Atlântico; o solo de Natal é arenoso o que enseja o aparecimento de dunas; a costa, entrecortada por baías, é protegida por recifes que aparecemm ao longo de boa parte do litoral.
Em dezembro de 1597, uma frota comandada por
Jerônimo de Albuquerque desembarcou no rio Potengi, com a missão de
fundar uma nova cidade e construir um forte para proteger os colonos
portugueses das incursões dos piratas franceses, que estavam tentando
negociar com os potiguares, índios nativos. À mesma época, por terra,
chegou à região um grupo chefiado pelo então governante de Pernambuco,
Manuel Mascarenhas Homem. Em 6 de Janeiro de 1598, este grupo começou a
construir o Forte dos Três Reis Magos; em 25 de Dezembro do mesmo ano,
foi fundada uma pequena vila a pouco mais de 2 km de distância do
Forte; essa vila foi batizada de Natal, em referência à data de
fundação.
No início, o desenvolvimento da região foi lento; diferentemente de
Pernambuco, o solo arenoso de Natal não era adequado para o cultivo de
cana-de-açucar. Em 1633, os holandeses invadiram a cidade; o Forte foi
renomeado para Fort Keulen, e assim ficou até 1654, quando os
portugueses o retomaram. Os holandeses, tais quais os portugueses, não
tiveram muito interesse no desenvolvimento da região de Natal; também
eles preferiram se concentrar em Recife e Olinda, cidades que receberam
muitos melhoramentos dos holandeses, que são visíveis até a atualidade.
A cana-de-açúcar foi largamente cultivada da Bahia até a Paraíba, mas
apenas uma pequena área no sul do Rio Grande do Norte mostrou-se
propícia à cultura. Após o ciclo da cana, o Brasil colônica entrou no
ciclo do ouro, que pouco beneficiou o Rio Grande do Norte; nos séculos
18 e 19, mais e mais o governo brasileiro deslocou-se para o centro-sul
do país.
Por isso, a região de Natal não sentiu, como outras, a situação de ser
colônia sujeita a uma metrópole; este fato (juntamente com a presença
americana durante a II Guerra Mundial, veja abaixo)provavelmente
contribuiu para fazer de Natal uma das regiões mais liberais do Brasil.
O estado foi o primeiro a abolir a escravidão, dez anos antes do
restante do país; a primeira mulher brasileira a ser eleita para
prefeita governou Lajes, uma cidade próxima a Natal.
No começo do século 19, Natal era ainda uma pequena vila, dividida em
duas áreas principais: a Cidade Baixa, perto do cais do porto, que
concentrava o comércio; e a Cidade Alta, no topo dos morros ao redor do
porto, onde se localizavam igrejas e prédios do governo. Somente em
1922, no governo de Pedro Velho, é que a cidade começou a se
modernizar; em 1930, após a vitória da Aliança Liberal (que enfrentou o
domínio dos Estados de São Paulo e Minas Gerais), Natal iniciou um
acelerado processo de urbanização.
Durante a II Guerra Mundial, Natal passou mudanças rápidas em seu
estilo de vida, quando o aeroporto de Parnamirim foi utilizado para
abrigar uma base militar, que tinha posição estratégica para servir os
aliados baseados no norte da África; graças a essa base, milhares de
soldados americanos passaram os anos de guerra em Natal. Os americanos
mudaram profundamente o modo de vida em Natal; além de trazer novos
produtos, (Natal foi a primeira cidade brasileira a conhecer o
chiclete) sua visão democrática e de liberdades teve influências
visíveis até hoje no modo de vida de Natal.
Após a guerra, muito da riqueza proveio das exportações, através do
porto; os principais produtos do Estado foram xelita, minério de
tungstênio, algodão e cera de carnaúba. Outros produtos de relevância
na economia norte-rio-grandense são sal (o Estado é o maior produtor de
sal do Brasil) e, em décadas recentes, o petróleo (nenhum outro Estado
produz, em terra, mais petróleo do que o Rio Grande do Norte).
Em décadas recentes, o turismo tornou-se a principal atividade de
Natal. O sol brilha praticamente o ano todo (a estação chuvosa
concentra-se de abril a junho), o calor é aliviado pelos ventos
alísios, e a temperatura varia entre 20º e 33º C. Toda uma
infra-estrutura turística, incluindo hotéis, restaurantes, agências de
viagem, etc, teve rápido desenvolvimento.
Como a urbanização da cidade foi recente, o crescimento foi precedido
de boa dose de planejamento; a cidade não cresceu em demasia, como
aconteceu nas maiores cidades do Brasil; Natal tem conseguido manter
uma atmosfera tranqüila, sem deixar de agregar os confortos de uma
cidade moderna.